Cabo Delgado: Deputados doarão um dia de salário às vítimas
22 de outubro de 2020![Mosambik Parlament | Abgeordnete](https://static.inspiredminds.de/image/51990958_800.webp)
Os 60 deputados da bancada da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) no parlamento moçambicano vão descontar um dia de salário para um fundo destinado às vítimas da violência em Cabo Delgado. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (22.10) pelo principal partido da oposição em Moçambique.
"Solidarizámo-nos com as vítimas da guerra em Cabo Delgado e é por isso que vamos descontar um dia de salário", afirmou o porta-voz e deputado da RENAMO, Arnaldo Chalaua. O deputado fez o anúncio durante o seu discurso após a informação anual do Provedor de Justiça.
O porta-voz da RENAMO avançou que o sofrimento infligido à população de Cabo Delgado é mais uma prova de que a justiça está a ser negada à maioria da população moçambicana.
"De que justiça se fala, quando milhares de pessoas são obrigadas a fugir das suas casas por causa da violência armada em Cabo Delgado", questionou Arnaldo Chalaua.
Qual é o valor da doação?
O porta-voz da RENAMO não especificou o valor da doação dos deputados da RENAMO às vítimas de violência em Cabo Delgado, mantendo essa postura mesmo perante os pedidos dos jornalistas no final do seu discurso.
O salário mensal mais baixo de um deputado em Moçambique é de 65 mil meticais (752,00 euros) e o mais alto ultrapassa 100 mil meticais (1.157,00 euros).
Em outubro, os 184 deputados da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), partido no poder, descontaram dois dias de salário, cada, e ofereceram 10 toneladas de produtos diversos para as vítimas da violência armada em Cabo Delgado.
Além da FRELIMO, com 184 assentos, e da RENAMO, com 60 deputados, tem assento na Assembleia da República o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceira bancada, com seis deputados.
A província de Cabo Delgado é palco há três anos de ataques armados desencadeados por forças classificadas como terroristas. A violência provocou uma crise humanitária com mais de mil mortos e cerca de 300.000 deslocados internos.